domingo, 16 de junho de 2013

...Like Clockwork - Queens of the Stone Age


Experiência sinistra e complexidade dão tom ao aguardado e estrelado disco dos reis do stoner rock.




QOTSA em sua atual formação



Ao ouvir pela primeira vez vai soar confuso, estranho e poluído. Mas com tempo suficiente seu cérebro irá se acostumar com os ritmos e riffs nada convencionais que permitirá a revelação de uma quantidade incrível de detalhes. Estamos falando das cancões de Josh Homme, mais especificamente do novo  álbum da banda californiana Queens of the Stone Age, ...Like Clockwork. 

EUA, 2013 / Rock Matador Records
O disco que chegou as lojas 4 de junho é o primeiro de ineditas desde Lullabies to Paralyze de 2007. Para Homme o intervalo de quase seis anos foi marcado por pontos altos na carreira como a formação do supergrupo Them Crooked Vultures e a produção do Arctic Monkeys. Quando a inspiração tomava forma, um evento revirou seu mundo: durante uma cirurgia no joelho, ele teve complicações e “morreu por alguns minutos” no hospital. Essa tragédia pessoal afetou o ambiente do sexto disco de sua banda, uma peça cheia de nuances sombrias, psicóticas e paisagens borradas por narcóticos pesados. “Keep Your Eyes Peeled” abre o disco com um riff grave e sinistro. O tom sobe em “I Sat by the Ocean”, com levada despretensiosa carregada por um slide guitar saboroso, mas uma nuvem negra desce em “The Vampyre of Time and Memory”. 

A lista de colaboradores é a mais estrelada da discografia: Na sensual “If a Had a Tail”, Homme acolhe o velho parceiro Nick Oliveri, e tem ainda a ajuda do pupilo Alex Turner (Arctic Monkeys) e da esposa, Brody Dalle (The Distillers e Spinerette). Dave Grohl comanda a bateria (reeditando a parceria do cultuado Songs for the Deaf) Trent Reznor (Nine Inch Nails) em “Kalopsia” e Mark Lanegan e Elton John com seu piano elegante na faixa“Fairweather Friends” são outros ilustres que aparecem aqui.

As músicas da banda sempre tiveram quê de sombrio e caótico, mas poucas vezes esses lados estiveram tão presentes de uma só vez. O disco parece uma viagem pela mente de uma pessoa que está a beira de perder sua sanidade. ..Like Clockwork não é um álbum fácil de se gostar, mas o tempo e a paciência fazem suas canções se desabrocharem na qualidade e competência que se espera de um dos maiores nomes do rock na atualidade.

Aperte o play e ouça agora:

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